Fundamento O
exercício intenso e continuado em
atletas provoca fenótipos de remodelamento adaptativo, cujos
parâmetros podem ser avaliados pela
ecocardiografia convencional, e de deformação miocárdica. Assim, foi comparado o remodelamento miocárdico em
atletas do
sexo feminino (grupo
atletas) com
mulheres sedentárias da mesma
faixa etária (grupo-controle) e entre
atletas com maior e
menor tempo de
treinamento.
Métodos:
Foram selecionadas 57 futebolistas femininas (grupo
atletas) e 25
mulheres sadias sedentárias (grupocontrole). As
atletas foram divididas em dois grupos grupo principal, com 32
atletas, e grupo sub-17, com 25
atletas. Foram determinadas, através de
ecocardiografia, as dimensões, a função sistólica e diastólica das
câmaras cardíacas e a deformação miocárdica (strain longitudinal, circunferencial, radial e
mecânica rotacional), utilizando a
estatística Z com significância de p < 0,05.
Resultados:
A idade dos grupos
atletas, controle, principal e sub-17 foi de 22,1±6,3; 21,2±5,0; 26,5±5,1; e 16,5±0,6, respectivamente. O peso, o
índice de massa corporal e a
frequência cardíaca foram
menores no grupo
atletas. A espessura das paredes, o índice de massa do ventrículo esquerdo (VE), o volume do
átrio esquerdo (AE), a fração de ejeção e as dimensões do ventrículo direito (VD) foram maiores no grupo
atletas, mas dentro de
valores normais. A deformação miocárdica mostrou diminuição do strain radial, da
rotação basal, da
rotação apical e do twist, sugerindo mecanismo de reserva contrátil. Esses
parâmetros foram
menores no grupo principal, que também apresentava maior espessura das paredes, maior volume do AE e maior tamanho do VD, sugerindo que o aumento da reserva contrátil se relaciona com maior
tempo de
treinamento.
Conclusões:
As
atletas do
sexo feminino com
treinamento intenso de longa duração apresentam remodelamento adaptativo das
câmaras cardíacas e aumento da reserva contrátil observada em
repouso, com esses
parâmetros mais acentuados nas
atletas com maior
tempo de
treinamento.(AU)
Background:
Intense continuous
exercise provokes adaptive
remodeling phenotypes in
athletes, the
parameters of which can be evaluated through conventional
echocardiography and myocardial deformation. We compared myocardial
remodeling in
female athletes (
athlete group) with sedentary
women of the same age range (
control group) and between older and younger
athletes.
Methods:
A total of 57
female soccer players and 25 healthy sedentary
women were selected. The
athlete group was subdivided into a main group and those under 17 years of age (< 17 group). The dimensions and systolic and diastolic function of the cardiac
chambers and myocardial deformation (longitudinal and circumferential, as well as radial
strain and rotational
mechanics) was determined through
echocardiography, using the Z
statistic with a significance level of p< 0.05.
Results:
The mean age of the
athlete, control, main, and < 17 groups was 22.1 (SD, 6.3); 21.2 (SD, 5.0); 26.5 (SD, 5.1); 16.5 (SD, 0.6) years, respectively.
Weight, body mass index and
heart rate were lower in the
athlete group. Wall thickness, left ventricular mass index, left atrial (LA) volume, ejection fraction, and right ventricular dimensions were higher in
athlete group, but remained within
normal ranges. Regarding myocardial deformation, there was decreased radial
strain, basal
rotation, apical
rotation, and twisting in the
athlete group, suggesting a contractile reserve mechanism. These
parameters were lesser in the main
athlete group,
who also had greater wall thickness, greater volume in the
left atrium (LA) and larger size in the
right ventricle (RV), suggesting that increased contractile reserve is related to longer
time spent in the
sport.
Conclusions:
In
female athletes who had undergone intense long-term
training, we observed adaptive
remodeling of the cardiac
chambers and increased contractile reserve (at
rest), and these changes were more pronounced in those with longer involvement in the
sport.(AU)